Em Portugal continental, apesar das diferenças climáticas norte-sul, este-oeste
e montanhas-vales, estas não são significativas no contexto dos grandes Climas
Mundiais - o nosso clima pertence ao tipo Temperado
Mediterrâneo caracterizado por verões quentes e secos e invernos frescos e
chuvosos. Como em qualquer outro clima temperado podem demarcar-se mais duas
estações: a primavera e o outono. Estações de transição, são um prolongamento
das duas outras ou, uma sua antecipação.
Ao contrário de
outros tipos de clima, o Temperado Mediterrâneo tem como característica mais
marcante a irregularidade e a imprevisibilidade. A irregularidade faz-se sentir
sobretudo na queda de chuva, ocorrendo invernos secos ou muito chuvosos e
estios em que a secura é extrema e outros em que a queda de chuva é persistente.
Em relação à temperatura essa irregularidade não é tão flagrante, dado que há
sempre uma diminuição no Inverno e um aumento no Verão. A circulação geral da
atmosfera e a nossa posição em latitude são as principais causas dessa situação.
No caso do verão de S. Martinho, as altas pressões subtropicais que nos rodeiam,
a posição em latitudes elevadas das baixas pressões temperadas e da frente
polar e a altura do Sol ainda algo elevada são responsáveis pelas roupas leves
e o guarda-chuva arrumado no bengaleiro. A carta sinótica do dia de hoje
ilustra isso mesmo.
Num dia chuvoso de outono,
o francês S. Martinho (316-397 DC) deu a sua capa a um pobre para o proteger da chuva. Diz-se que, entretanto, um sol
radioso surgiu por entre as nuvens como recompensa da sua boa ação.
Parece que o clima
não mudou assim tanto do século IV aos nossos dias…
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